quarta-feira, 29 de abril de 2009

MESA-REDONDA FITZCARRALDO ADIADA.

A mesa-redonda "Fitzcarraldo" que ocorreria nesta quinta-feira 30 de abril, às 19h, com palestras de Luis Edmundo de Souza Moraes e Flávia Castro, foi adiada por motivo de força maior. Ainda não há data definida para que ela ocorra. No entanto, assim que definirmos nova data divulgaremos.
Deste modo, também estamos adiando a exibição do filme "Fitzcarraldo" que realizaria-se nesta quinta-feira 30 de abril, às 15h.

Agradecemos pela compreensão,

Comissão Organizadora.

terça-feira, 24 de março de 2009

Biografia: Conheça Werner Herzog!

Werner Herzog nasceu em Munique, capital da Baviera, no dia 5 de setembro de 1942, e foi batizado com o nome de Werner Stipetic. No entanto, aos 14 anos de idade, quando já estava decidido a ser um cineasta, adotou o sobrenome Herzog. O diretor passou por uma infância difícil na Alemanha pós II Guerra Mundial. Até os 11 anos nunca havia assistido um filme. Foi, nesse período, que, na escola, Herzog teve a possibilidade de assistir dois documentários – um sobre um esquimó construindo um iglu e outro sobre pigmeus, em algum lugar da África, construindo uma ponte de liana. Aos 15 anos, o então menino, escreveu seu primeiro roteiro e aos 19 anos realizou seu primeiro filme.

O cineasta estudou História e Literatura em Munique e ganhou uma bolsa de estudos nos Estados Unidos. Nos anos seguintes, viajou por diversos países. Nestas viagens, desenvolveu um grande interesse pela cultura de outros povos. O olhar antropológico desenvolvido reflete-se em muitos dos seus filmes posteriores.

Em 1962, Herzog filmou seu primeiro curta-metragem, “Herakles”, utilizando-se de uma câmera roubada. Mas, foi em 1967 que o diretor conseguiu realizar seu primeiro longa: “Sinais de Vida”. O tema do filme – a loucura de um soldado obcecado – tornaria-se quase que uma marca registrada do cineasta alemão. O seu primeiro longa venceria o Urso de Prata do Festival de Berlim, na categoria de diretores estreantes. Destarte, Werner Herzog foi revelado para o mundo.

Herzog, nos anos de 1970, tornou-se um dos pontos de referência do cinema alemão. Nesta década, o diretor realizou uma série de obras-primas e ao lado de Win Wenders e R. W. Fassbinder formou o Triunvirato do “Novo Cinema Alemão”, movimento que revitalizou o cinema germânico em fins da década de 1960 e início dos anos 70.

Mais conhecido pelos seus filmes de ficção, Herzog também é um excelente documentarista. Ao longo de sua carreira dividiu-se entre os dois gêneros. Na maioria dos seus filmes foi responsável pelo roteiro, produção e direção, configurando-se, desse modo, um autor completo. Ao mesmo tempo, simboliza o cinema aventureiro, ou seja, ele é capaz de tudo para concretizar seus sonhos e filmes. Utilizar uma câmera roubada (“Herakles”), levar toda a equipe para um trecho desconhecido da floresta amazônica (“Aguirre” e “Fitzcarraldo”) e hipnotizar todos os atores (“Coração de Cristal”), são algumas realizações deste diretor.

No início da década de 1970, Herzog dirigiu três excelentes documentários, “Todos os Anões Nascem Pequenos” (1970), “Fata Morgana” (1971) e “Terra de Silêncio e Escuridão” (1971). Entretanto, seu primeiro grande sucesso veio com o filme de ficção “Aguirre, a Cólera dos Deuses” (1972). Este narra a saga de Don Lope de Aguirre, um conquistador espanhol, de meados do século XVI, obcecado na conquista da cidade lendária de Eldorado. As filmagens realizaram-se em locações não exploradas da Amazônia peruana e, segundo alguns, quase enlouqueceram a equipe. Aguirre marca também a primeira parceria, de amor e ódio, entre o diretor Herzog e o ator Klaus Kinski. O filme é uma jornada fascinante ao coração das trevas do ser humano.


Em 1974, Herzog, baseando-se em registros históricos, realizou “O Enigma de Kaspar Hauser”, um dos seus mais importantes e premiados filmes. Dentre os prêmios consentidos ao longa encontramos o especial do júri no Festival de Cannes de 1975. Kaspar é um homem criado como selvagem até a fase adulta. Abandonado por um homem desconhecido, em 1828, numa praça da cidade de Nuremberg, o personagem é acolhido por moradores e, então, passa a ser educado: aprende a falar, ler, escrever e a se comportar em sociedade. Kaspar conseguiria se civilizar? O filme é uma crítica aos costumes da sociedade dita civilizada.

Em 1976, o cineasta alemão lançou “Coração de Cristal”. Segundo Herzog, todos os atores do filme foram hipnotizados para que ele obtivesse um retrato estilizado da loucura e das alucinações. Muitos atores parecem zumbis em cena. No ano seguinte, um novo filme: “Stroszek” (1977), uma quase simbiose entre personagem e ator. Em 1978, Herzog ainda dirigiu “Woyzeck”, uma nova parceria com Kinski, que, grosso modo, mostra como um homem pacato pode torna-se um criminoso.

“Nosferatu, o Vampiro da Noite” (1979) é considerado, por muitos, o melhor filme do diretor. O longa é a jornada de Jonathan Harker pelo reino de horror do Conde Drácula, um maligno vampiro obcecado pela esposa de Harker, a bela Lucy. O filme é um remake do clássico impressionista de mesmo nome, dirigido em 1922 – ainda nos tempos do cinema mudo – por F. W. Murnau, e considerado um dos mais importantes filmes do cinema alemão. Murnau utilizou-se do nome Nosferatu devido problemas de direitos autorais com o livro “Drácula” de Bram Stoker. Herzog, por sua vez, preferiu manter o nome, pois tratava-se de uma homenagem ao mestre do cinema de seu país. Ao contrário dos Dráculas de Christopher Lee ou Bela Lugosi, Nosferatu é melancólico, condenado à monotonia da eternidade. Esta, dessa forma, é mais um fardo do que propriamente um poder. Além disso, Klaus Kinski no papel principal conferiu um ar de loucura ao personagem.

A década de 1980 começou bem para Herzog. Em 1982, o cineasta lançou “Fitzcarraldo”, considerado, junto com “Nosferatu, o Vampiro da Noite”, o seu melhor filme. A história é narrada no final do século XIX, ou seja, no apogeu do ciclo da borracha. Brian Sweeney Fitzgerald (Klaus Kinski) torna-se obcecado em construir um teatro de ópera em plena Amazônia peruana. Para realizar seu sonho, faz com que centenas de índios arrastem um barco a vapor em plena selva. Uma empreitada incrível em busca do impossível. O filme ganhou o prêmio de direção no Festival de Cannes e tem interpretações dos brasileiros José Lewgoy, Milton Nascimento e Grande Otelo.

Depois da conclusão de “Fitzacarraldo”, Herzog foi para a Austrália filmar “Onde Sonham as Formigas Verdes” (1983). Utilizando-se de dezenas de nativos reais, o diretor conta a história de uma empresa que está devastando as terras aborígines e a luta desses para preservá-la. A empresa encarrega um de seus funcionários para conversar com os locais. No entanto, o funcionário fica obcecado em proteger os nativos, arriscando, dessa maneira, seu emprego.

“Cobra Verde” (1987), rodado, parcialmente, no litoral baiano, marca a última parceira entre Klaus Kinski e Werner Herzog. O filme conta a história de Francisco Manoel da Silva, um bandido brasileiro conhecido como “Cobra Verde”, convidado a trabalhar nas terras de um poderoso latifundiário baiano – papel interpretado pelo brasileiro José Lewgoy –, que desconhece seu passado. Em pouco tempo, o bandido engravida todas as filhas do fazendeiro. Este, como castigo, o envia para a África com uma missão impossível e mortal, reabrir o comércio de escravos. Porém, ele não só obtém sucesso em sua missão, como também consegue reunir e liderar um incontrolável exército de mulheres guerreiras - As Amazonas - em uma selvagem guerra contra o rei local.

Nos anos seguintes, Herzog dedicou-se mais aos documentários e a televisão. Além disso, dirigiu algumas óperas, uma de suas paixões. Produziu muito nesse período. Entretanto, sua carreira no cinema entrou em um refluxo criativo. Seu melhor filme da década de 1990 foi, sem dúvidas, “Meu Melhor Inimigo” (1999), um curioso e original documentário que retrata a tempestuosa, e também lendária, relação de amor e ódio entre o diretor e o ator Klaus Kinski, assim como os seus planos independentes e simultâneos de matar um ao outro.

Em 2005, Herzog lançou o seu último filme de maior impacto, no público e na crítica, “O Sobrevivente”. O longa conta a história real de Dieter Dengler, alemão de nascimento e americano de passaporte. Abatido, em 1965, no início da Guerra do Vietnã, durante uma missão secreta para destruir bases vietcongues no Laos, Dengler é capturado e feito refém. No entanto, planeja uma fuga para se livrar dos maus tratos. Ao fugir, conhece, por trás dos muros da prisão, a dura realidade de uma selva imperdoável. O filme, de certo modo, é a história da determinação de um homem e sua incansável busca pela liberdade.

Infelizmente, apesar do papel de destaque, como percebemos anteriormente, que ocupa na história do cinema mundial, Werner Herzog é pouco conhecido do público brasileiro. Em comparação com o tamanho, e importância, de sua obra, poucos dos seus filmes foram lançados em DVD no Brasil. Desse modo, o público brasileiro tem pouco acesso a maravilhosa obra desse cineasta, no mínimo, excêntrico. É, realmente, uma pena que as novas gerações não conheçam e tenham, então, a possibilidade de contemplar o trabalho de um dos maiores nomes da sétima arte. A “Exposição e Mostra de Cinema Contemplando Werner Herzog`”, nessa perspectiva, tem a intenção de reparar, mesmo que numa dose muito pequena, essa lacuna. Pretendemos, ao menos, trazer ao público “ruralino” a possibilidade de acessar parte da obra do diretor.

por RODRIGO DA SILVA

(Comissão Organizadora)

segunda-feira, 16 de março de 2009

PROGRAMAÇÃO

SEGUNDA, 30 DE MARÇO
Abertura da Exposição

SEGUNDA, 06 DE ABRIL
16h - Abetura da Mostra de Cinema e exibição do documentário "O Mundo Contemplativo de Werner Herzog” (de Peter Buchka).

TERÇA, 07 DE ABRIL
19h – Aguirre, a Cólera dos Deuses

QUARTA, 08 DE ABRIL
15h – O Sobrevivente.
19h – O Enigma de Kaspar Hauser

QUINTA, 09 DE ABRIL
19h – Nosferatu, o Vampiro da Noite.

TERÇA, 14 DE ABRIL
15h – Documentário:
“O Mundo Contemplativo de Werner Herzog” (de Peter Buchka).
19h – Fitzcarraldo.

QUARTA, 15 DE ABRIL
15h – O Enigma de Kaspar Hauser
19h – Palestra:
(Des) palestra: “Antropologia Simétrica na obra de Werner Herzog”
por Caetana Maria Damasceno.

QUINTA, 16 DE ABRIL
15h - Nosferatu, o Vampiro da Noite.
19h - O Sobrevivente.

TERÇA, 28 DE ABRIL
15h – Aguirre, a Cólera dos Deuses.
19h – Documentário:
“O Mundo Contemplativo de Werner Herzog” (de Peter Buckar)

QUARTA, 29 DE ABRIL
19h – Nosferatu, o Vampiro da Noite.

QUINTA, 30 DE ABRIL
15h – Fitzcarraldo
19h – Mesa Redonda:
Tema: Fitzcarraldo. Com palestras de Luis Edmundo de Souza Moraes e Flávia Castro

PALESTRAS COM CERTIFICADO